terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A proposta de Obama

A proposta de um acordo de comércio livre entre os Estados Unidos e a UE pode ser um momento de viragem na actual situação económica do mundo, mas o seu alcance maior é político. Obama percebeu que o enfraquecimento económico das nações democráticas porá, a prazo, em causa a própria democracia.
Não apenas porque a emergência de nações não democráticas e, até, anti-democráticas – de que o caso chinês é, de longe, o mais flagrante exemplo – enfraquecerá a defesa da democracia, enquanto sistema de valores desejavelmente aplicável ao maior número possível, como – em consequência do empobrecimento dos países livres – esta poderá soçobrar nas próprias nações que a adoptaram como forma de governo,  face às promessas do primeiro tiranete com propostas messiânicas para a saída da crise.
Porque quem dá cartas na economia as dá também, necessariamente, na política, é da maior importância que o bloco democrático não perca o dinamismo económico que sustente a Liberdade, baseada na dignidade do Homem e na concorrência livre, mas justa (só existe livre concorrência, quando justa).
Esta verdade auto-evidente, para usar uma expressão muito americana, foi já compreendida pelo Presidente Obama. Esperemos que os dirigentes europeus a percebam também e se empenhem neste projecto cujo alcance pode ser tão grande como o foi a própria construção europeia, cujos objectivos foram a Paz, a Prosperidade e a Democracia.

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