terça-feira, 28 de junho de 2011

"Um lugar para cada um, cada um no seu lugar"

É curioso que para alguns bloggers de esquerda, o local de residência do actual primeiro-ministro – a suburbana localidade de Massamá – seja motivo de chacota. Supostos defensores da igualdade, de que ninguém deve ser descriminado em função das suas origens sociais, da sua situação económica, etnia, religião ou orientação sexual, a esquerda deixa cair a máscara hipócrita ao criticar Passos Coelho - com uma provinciana soberba social, muito típica da nossa elite periférica - por não viver na Costa do Castelo, no bairro da Lapa ou nas Avenidas Novas. Consideram que Passos não é um dos seus, porque não vive nos bairros lisboetas da classe média alta, não frequenta os lugares que consideram obrigatórios, não leu ou, pelo menos, não cita – para mostrar que leu – os autores por eles consagrados, não frequenta os festivais de cinema ou teatro que organizam sobretudo para si mesmos.
Esta arrogância social não é nova. Também Salazar e Cavaco Silva – ambos oriundos de meios modestos e pouco dados às mundanidades – foram alvo da ironia verrinosa da esquerda iluminada indígena, que os consideravam provincianos, incultos e pouco urbanos.
Para a esquerda “culta” que pulula pela blogosfera, a mobilidade social só é aceitável desde que não ameace o seu predomínio, o seu auto-atribuído estatuto, desde que a plebe não ouse ascender às posições que eles – ao estilo da mais reaccionária aristocracia – consideram ser naturalmente seus.
No seu ethos discriminatório e socialmente exclusivista, a intelligentzia nativa pouco difere, pois, do autor da frase que dá título a este post, Carneiro Pacheco, o ultraconservador ministro da Educação Nacional do Governo do "rústico" de Santa Comba.

terça-feira, 21 de junho de 2011

XIX



Boa sorte... bem precisam

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Lampedusa tinha razão

Diz-se na imprensa que Miguel Relvas será o Ministro dos Assuntos Parlamentares, acumulando a incumbência da reforma administrativa. A escolha de um homem do aparelho partidário para, entre outras missões, proceder à extinção e fusão de concelhos e freguesias é a garantia de que muito pouco ou nada se fará neste campo.
É preciso que algo mude...

Adenda: Apesar do erro de casting acima referido, o Governo de Passos Coelho parece-me globalmente bom. Destaco as escolhas de Paula Teixeira da Cruz para a Justiça e de Nuno Crato para a Educação. Falta saber quem será o secretário de Estado da Cultura. Estou curioso...

terça-feira, 7 de junho de 2011

O culto da abstracção



Ontem, pela enésima vez, o Dr. António Arnaut defendeu o SNS nos moldes em que a Constituição o consagra, mostrando-se - como sempre - inflexível em relação a qualquer mudança no sistema. Mesmo que este funcione mal, como é o caso. António Arnaut, tão cioso da integridade da Constituição, elevada à quase condição de dogma de fé, esquece que são cada vez mais os cidadãos privados dos necessários cuidados de saúde, consequência da incapacidade do sistema público responder às solicitações. Ora essa incapacidade poderia ser, em larga medida, superada através de uma maior colaboração entre os sectores público, privado e social, mas a Lei Fundamental limita-a fortemente, circunstância que impõe a sua revisão. Mas isso não parece preocupá-lo. Que os serviços prestados estejam a degradar-se, que o recurso à medicina privada ( uma boa parte dela - o que não deixa de ser irónico - propriedade do banco do Estado ) esteja a aumentar como consequência da degradação do serviço público, forçando os cidadãos a sustentar em simultâneo dois sistemas de saúde, nada disso é relevante, desde que não se toque no sacrossanto princípio da universalidade e tendencial gratuitidade do SNS.
É o típico apego à forma, à abstracção, que deleita a esquerda, que se satisfaz com a enunciação de princípios, mesmo que na prática se não apliquem. O que importa é a ideia, a realidade é um detalhe.
Que interessa, pois, que o SNS não garanta a todos os cuidados de saúde de que precisam? Nada! O que interessa é que a Constituição de Abril diga que todos devem ter acesso a estes.
A educação mostra graves deficiências de qualidade e o abandono escolar atinge valores elevados? Qual quê! A Lei Fundamental proclama o ideário republicano da escola para todos, é o que basta.
Portugal é o país mais desigual da Europa? Que interessa isso? Então não está constitucionalmente consagrado o "caminho para uma sociedade socialista"?
O que é a concretude, a vida quotidiana das pessoas, perante a grandeza dos valores enunciados por mentes preclaras nos salões, entre um trago de conhaque e uma passa no charuto?

Cretinismo

Ana Gomes diz Portas não tem idoneidade para governar

Pois... mas um primeiro ministro cujo nome foi envolvido em inúmeros processos ( Freeport, Cova da Beira, Face Oculta, uma acusação de crime contra o Estado de Direito - que só não teve provimento por expedientes formais - e um longo etc. ) pôde exercer as suas funções com plena legitimidade. Estranha duplicidade de critérios...

A Formiga Branca estará de volta?

Para que conste

segunda-feira, 6 de junho de 2011

domingo, 5 de junho de 2011

De saída



Uma excelente notícia para quem acredita na Democracia

Adenda: Não seria altura dos responsáveis pelas empresas de sondagens seguirem o exemplo de Sócrates?

Voltámos ao Verão Quente?

Sede do PSD-Braga vandalizada durante a madrugada

Mudou o alvo, mas manteve-se o método