sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Luxos



Uma escola de Tomar gastou a módica quantia de 20 mil euros na compra de doze candeeiros assinados por Siza Vieira.
O país desperdiça dinheiro com luxos incompreensíveis e depois a culpa é da senhora Merkel. Tenham juízo!

PS: Já agora, não pode a Parque Escolar financiar-me a aquisição do candelabro constante da imagem? Ficava muito bem cá em casa

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A ilusão consumista



Confesso que fiquei pasmado com o ridiculíssimo espectáculo de apresentação de um novo modelo da Nokia - o Lumia 800, salvo erro. A cena assemelha-se em tudo às sessões de uma seita religiosa: um dos membros da empresa, num palco, entra numa espécie de êxtase místico para gáudio de uma plateia ululante que aplaude com entusiasmo pateta a apresentação do telemóvel como se de um milagre ou de uma revelação divina se tratasse.
Este lamentável episódio sintetiza bem os tempos que correm: o endeusamento da tecnologia, alimentado pelas necessidades artificiais que a sociedade de consumo, através de uma publicidade agressiva, cria nas pessoas, que se pensam mais felizes por possuirem o mais recente modelo de telemóvel, o carro topo de gama ou o computador com mais gigas. Como bem refere Rob Riemen no seu livro Nobreza de Espírito. Um Ideal Esquecido - cuja leitura recomendo vivamente - "os meios de comunicação de massas e a economia social-capitalista, proclamam as virtudes do que é novo, veloz e progressista - tudo ao nível dos bens de consumo - e depois oferecem-nos a liberdade de sermos felizes com as nossas maquinetas."
Em suma, procuramos na tecnologia e nos gadgets o ersatz das coisas que realmente importam, mas de cujo alcance - por exigir esforço, sacrifício, abnegação - desistimos, procurando, em vez disso, uma falsa felicidade, de fácil acesso, que se compra em supermercados e centros comerciais, mas que nos desqualifica enquanto humanos.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Do oportunismo

Uma parte do grupo parlamentar conservador britânico está a pressionar o primeiro ministro Cameron para realizar um referendo sobre a permanência do Reino Unido na UE.
É histórico, e em larga medida justificado, o cepticismo britânico em relação ao Continente: sempre que uma potência europeia assumiu uma posição hegemónica, as ilhas britânicas foram ameaçadas pela sua ambição. Foi assim com a Espanha de Filipe II, com a França de Napoleão e com a Alemanha de Hitler, felizmente sempre travados pelas admiráveis resiliência e combatividade dos súbditos de Sua Majestade.
A adesão do Reino Unido à então CEE foi relativamente tardia, em parte pela oposição de De Gaulle, mas também pelo pouco entusiasmo dos ingleses em relação a uma integração europeia que alguns ideólogos mais entusiastas pretendiam tivesse como finalidade a constituição de uma federação de Estados, projecto de todo contrário aos interesses britânicos – que sempre privilegiaram a relação com os países da Commonwealth e com os Estados Unidos – e aos seus já referidos temores em relação a possíveis novas tentações das potências continentais. Todavia, há já cerca de quatro décadas que pertence à União, de cuja pertença certamente beneficiou em termos económicos, pertença essa que se assume tanto mais pertinente quanto o projecto europeu abrange cada vez mais países, além de representar os valores da liberdade, do império da lei e do escrupuloso respeito pelos direitos humanos, património ético de que o Reino Unido é pioneiro e que partilha com os demais Estados da União.
Parece portanto puramente oportunista este movimento em defesa de um referendo, procurando beneficiar da crise que a UE presentemente vive. É uma atitude pouco digna do Partido Conservador e do seu passado, pois foi um primeiro ministro conservador – Winston Churchill – que conduziu as forças armadas britânicas para o Continente, liderando a resistência europeia ao domínio nazi, cujo projecto insano pretendia aniquilar política e civilizacionalmente a Europa.

domingo, 23 de outubro de 2011

Onde é que estava nos governos Sócrates?



Vasco Lourenço, com a incontinência verbal que lhe é peculiar, profetiza uma insurreição popular à qual, em seu entender, se devem solidarizar os militares, numa espécie de aliança Povo/MFA revisitada.
Embora pudessem configurar um apelo à revolta contra as instituições vigentes, estas declarações, vindas de quem vêm, não são para levar a sério. Porém, pergunto, porque razão não fez o capitão de Abril semelhantes ameaças durante os governos de José Sócrates, em grande medida responsáveis pela falência do país?

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Contrato

A supressão dos subsídios de Natal e de férias dos funcionários públicos e pensionistas constitui uma violação da lealdade a que o Estado está obrigado para com os cidadãos abrangidos por esta medida. Ao alterar de forma unilateral, sem consulta e anuência da outra parte contratante o contrato estabelecido com os cidadãos, o Estado comporta-se de forma autoritária e arbitrária, desrespeitando a palavra dada. Ora um Estado que não respeita compromissos, não merece credibilidade. Que autoridade terá, a partir de agora, para exigir o cumprimento da lei? O Estado, no regime em que vivemos - democrático, também ele de base contratual - tem forçosamente, para exercer a autoridade, que ter moral para o fazer, moral que só adquire por força do cumprimento da lei de que ele próprio é autor e dos acordos que estabeleceu com os cidadãos. Se o não fizer, também os cidadãos se poderão eximir a essa autoridade, resultando daqui o caos.
Tenha, pois, senhor Primeiro Ministro muita atenção ao que está a fazer.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Um regime ligado à máquina

A vitalidade dos regimes políticos mede-se pela capacidade que têm de se adaptarem a novas circunstâncias. Se os atavismos e os vícios gerados pelos interesses e pelo comodismo o impedem, o regime acaba por morrer.
Assim foi com a Monarquia Constitucional, falida e desacreditada por um sistema rotativo corrupto de que se não conseguiu libertar; assim foi também com a I República, instável, violenta e frustrante ( para quem nela acreditou, entenda-se ) que não só não melhorou a situação financeira herdada da Monarquia, como não assegurou um sistema político viável; e assim foi com o duradouro Estado Novo, um anacronismo desde o fim da II Guerra Mundial, que morreu às mãos de uma guerra quixotesca que Salazar empreendeu julgando ver nela o derradeiro fôlego de um regime que mostrava evidentes sinais de senectude.
Quanto ao regime instaurado com a Constituição de 1976, passa-se o mesmo: a incapacidade de reforma dos sistemas político e administrativo, da justiça e dos sectores sociais e de modernização do tecido económico, consequência da intrincada rede de interesses e dependências que este Estado mastodôntico teceu ao longo destas três décadas e meia - que envolve na sua apertada malha tanto o sector público, como o privado - está a condená-lo.
Não sabemos o que virá, o que sabemos - e os factos demonstram-no a cada dia de forma mais clara - é que as coisas não podem ficar na mesma, pois não podemos viver num regime cadáver.

PREC II

Como é possível que numa democracia consolidada tenhamos uma situação recessiva semelhante à de 1975, ano em que estavam em curso a revolução, a descolonização, as nacionalizações e a reforma agrária?
Como puderam sucessivos governos estáveis, com mínima contestação social, causar os mesmos danos que os governos provisórios do peculiar general Vasco Gonçalves e a tropa fandanga do MFA?
Faço minhas as palavras de SAR o Duque de Bragança: “alguém tem de ir para a prisão porque o país foi assaltado, roubado, violentado”

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Da loucura



Dizia Shakespeare que a loucura dos grandes deve ser vigiada. Não o foi nos últimos seis anos e o resultado está à vista.

O país real

No Forte Apache

Concordo

JSD quer “responsabilizar criminalmente” Sócrates pela situação do país

Aliás, se tal não for feito (e estou certo que não será) só nos resta declarar o regime cadáver. Que descanse em paz.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Falou e disse



"Existem pessoas que deviam estar no banco dos réus e estão na Assembleia a justificar o injustificável..e o Procurador está espera do quê..? O Tribunal de Contas não o informou atempadamente…?”

“E ainda temos políticos a receber reformas douradas pelo mau trabalho prestado ao país… E ainda temos deputados a usar o erário público com suplementos para tudo e mais alguma coisa… E ainda temos gestores públicos que arruínam empresas e ganham prémios de produtividade… E ainda temos parcerias privadas que sugam dinheiros públicos…”

Percebo pouco de leis...

... mas creio que a proposta de Orçamento de Estado para 2012 contém várias inconstitucionalidades

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Deve ser do aquecimento global

Em Portugal, o Outono confunde-se com o Verão, já no mundo árabe, a muito falada Primavera parece estar a tornar-se invernosa.

domingo, 9 de outubro de 2011

A Colecção do Comendador Berardo

Está em discussão a avaliação da Colecção Berardo pela Sotheby's, cujo valor apurado em 2006 pela leiloeira Christie's, era de 316 milhões de Euros. Independentemente da pertinência de uma nova avaliação, a questão que se devia colocar era a da conveniência da compra pelo Estado deste acervo. Se a nova avaliação se aproximar do valor referido ( e é possível que o supere, pois o mercado da arte está em expansão com a entrada de novos e muito endinheirados investidores, oriundos dos países emergentes, sendo sistematicamente quebrados recordes nos valores atingidos quer em leilões, quer em vendas directas ) a compra é, no mínimo insensata. Se tivermos em conta que o orçamento do Ministério da Cultura em 2011 foi de 215,5 milhões de Euros, a compra da colecção implicará um investimento - por parte de um Estado falido, lembre-se - correspondente a cerca de 150% da dotação orçamental para a Cultura. Com tantas carências neste sector, sempre remetido por uma elite política pouco culta à condição de parente pobre, fará sentido esta aquisição? Mais: se tivermos em conta que as transferências do Estado para a Fundação Berardo, entre 2007 e 2010, foi de 26,5 milhões de Euros ( seria interessante saber como foi aplicado este dinheiro ), como poderá o Estado assegurar a manutenção desta colecção que, pelos vistos, requer recursos desta monta? Quantos monumentos e imóveis de interesse público poderiam ser restaurados com cerca de 300 milhões de euros? Quantas temporadas dos teatros nacionais poderiam ser asseguradas com semelhante verba? E deverá o espaço expositivo do CCB manter-se como casa para este espólio, tendo em conta que a sua finalidade original era a de albergar exposições temporárias?
Não me sinto competente para aquilatar a relevância da Colecção Berardo, porém - sobretudo no presente contexto de miséria em que vivemos - a sua compra não me parece razoável.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Felicitações...



... à Excelentíssima Senhora Dona María del Rosario Cayetana Paloma Alfonsa Victoria Eugenia Fernanda Teresa Francisca de Paula Lourdes Antonia Josefa Fausta Rita Castor Dorotea Santa Esperanza Fitz-James Stuart de Silva Falcó y Gurtubay, duquesa de Alba y de Berwick; de Montoro, de Liria y Jérica, de Arjona, de Híjar, condesa-duquesa de Olivares, marquesa de San Vicente del Barco, de El Carpio, de Coria, de Eliache, de la Mota, de San Leonardo, de Sarria, de Villanueva del Rio, de Tarazona, de Villanueva del Fresno, de Barcarrota, de la Algaba, de Osera, de Moya, de Almenara, de Valdunquillo y de Mirallo, condesa de Lemos, de Lerín, condestable de Navarra, de Monterrey, de Osorno, de Miranda del Castañar, de Palma del Rio, de Aranda, de Salvatierra, de Andrade, de Ayala, de Fuentes de Valdepero, de Gelves de Villalba, de san Esteban de Gormaz, de Fuentidueña, de Casarrubios del Monte, de Galve, de Santa Cruz de la Sierra y Ribadeo , vizcondesa de la Calzada, marquesa de Oraní... ufa!!!