quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Assim não, Prof. Crato!

A decisão do Ministério da Educação de suspender a atribuição de prémios pecuniários aos melhores alunos das escolas secundárias é lamentável, não só porque os valores envolvidos não são relevantes, mas também - e sobretudo - pela mensagem negativa que transmite. Com efeito, estes prémios destinam-se a promover o mérito, o esforço e o trabalho, contrariando a cretina retórica igualitária que aboliu os quadros de honra, considerados pelos pedagogos de esquerda que tomaram de assalto o sector educativo depois do 25 de Abril, um factor de descriminação.
A decisão é, pois, injusta e injustificável, sobretudo porque tomada por um Governo de centro direita, supostamente defensor do trabalho árduo e sem complexos ideológicos quando se impõe tratar diferentemente o que não é igual.
Particularmente graves são também as circunstâncias em que se deu a suspensão do pagamento dos prémios; ao fazê-lo apenas dois dias antes da sua entrega, o Governo deu um péssimo exemplo à comunidade estudantil, transmitindo a ideia de que os compromissos, a palavra dada, de pouco ou nada valem, podendo ser arbitrária e subitamente alterados. O Estado, que devia ser um modelo de probidade e de sentido ético, dá de si a imagem oposta, o que torna esta decisão errada ainda mais lastimável.
Razão tem o melhor estudante da Escola Alves Martins, de Viseu, Miguel Saraiva, quando diz «Lamento a atitude do Governo e faço votos para que, no final do ano, os prémios dos gestores públicos de milhões de euros também sejam suspensos e possamos todos ajudar Portugal». Só por estas palavras, o jovem merecia mais um prémio.

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