quarta-feira, 9 de março de 2011

Acerca da "Geração à Rasca"

Não me revejo em diversas reivindicações do movimento “Geração à Rasca”. Não creio possível, nem desejável, a manutenção do Estado Social nos moldes em que até agora se estruturou. Não desejo um mercado de trabalho com empregos “blindados” por uma legislação demasiado rígida. Creio que a chave da resolução da crise passa mais pelo crescimento económico, gerador de emprego.
Mas não deixa de me causar espanto a indignação que a manifestação está a causar em certos sectores da direita; a mesma direita que está sempre a clamar pela participação da sociedade civil, mas que perante uma manifestação organizada por esta, se toma de pânicos e a considera ilegítima. Poderá a nossa direita estar em desacordo com os motivos do movimento, mas não me parece coerente que esteja tão incomodada com a sua existência. Em blogues, tidos por liberais, da direita moderna, como o Blasfémias ou o 31 da Armada, nota-se um azedume em relação à manifestação do próximo dia 12. Afinal de contas, parece que a velha fórmula do "viver habitualmente" continua a fazer escola. O medo da contestação, da rua, permanece.
O direito ao protesto não é um exclusivo da geração que fez o 25 de Abril. Todos, novos e velhos, têm o direito de defender as causas que consideram justas e todos, da esquerda à direita, têm o dever de o respeitar. Como dizia o senhor Voltaire “Je ne suis pas d'accord avec ce que vous dites, mais je me battrai jusqu'au bout pour que vous puissiez le dire”.

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