segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Da Ética

Pedro Passos Coelho recusa-se a falar a sós com José Sócrates porque este lhe terá mentido. Parece uma atitude natural e sensata. No entanto, no mundo do comentário político, considera-se que o presidente do PSD está a ser caprichoso e a fazer uma birra, pondo em causa o "interesse nacional" ( de que toda a gente fala, mas que cada vez menos se percebe o que será ).
É espantoso que se considere que a verdade, o valor da palavra dada, não sejam considerados cruciais nas relações entre as pessoas e, acrescidamente, na vida política. Os comentadores-especialistas-em-tudo-e-mais-alguma-coisa, que debitam alarvidades todos os dias nos media, consideram os defeitos de carácter uma questão de somenos. Pois enganam-se. A honra, a probidade, são valores fundamentais e a sua relativização é a causa de muitos dos males que fazem a nossa miséria: a corrupção, o nepotismo, o tráfico de influências.
A ideia de que a ética é um ornamento, algo que fica bem, mas que se pode dispensar sempre que conveniente, corrói os fundamentos da Sociedade e do Estado e faz de nós um povo traiçoeiro e mesquinho. Assim não vamos lá.

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