A Igreja de Inglaterra tem vivido dias conturbados por causa dos manifestantes acampados no largo fronteiro à Catedral de S. Paulo. A presença dos "indignados" ingleses junto do templo tem comprometido o seu normal funcionamento, o que levou as autoridades eclesiásticas, depois de amplas discussões e algumas demissões de permeio, a solicitarem uma providência cautelar, pedido que, entretanto, face à cizânia que causou entre os membros da Igreja, foi suspenso.
Não parece sensata a proximidade - não assumida, mas perfeitamente evidente - de alguns religiosos anglicanos com os manifestantes. Embora existam fundadas razões morais para condenar os excessos do capitalismo, não há, todavia, motivo para a simpatia com que vários sacerdotes olham para os manifestantes, pois o que move estes últimos é o ódio não apenas ao capitalismo, mas a todo o sistema político, económico e social, de que a própria Igreja Anglicana faz parte. A maioria destes são anarquistas e radicais de esquerda, que detestam o capitalismo tanto quanto odeiam a Monarquia, o Governo, o Parlamento ou a Igreja. Se tivessem poder para tal, os campistas de St. Paul de bom grado mandariam o Arcebispo de Cantuária para a companhia do senhor Madoff. Não caia a Igreja de Inglaterra na tentação de se enamorar dos manifestantes, pois deles receberá apenas um beijo de Judas.
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