O Primeiro Ministro insinuou ontem que o regresso do caso Freeport à luz do dia decorre de uma manobra política que o tem como alvo, precisamente no mesmo dia em que a polícia, devidamente mandatada por um magistrado judicial, fez várias buscas no âmbito deste processo. É normal que o mais alto representante do poder executivo ponha em causa, ainda que de forma subliminar, a probidade da polícia e do poder judicial do seu próprio país?
A crise das instituições aprofunda-se de forma preocupante, já ninguém respeita ninguém nesta terra. A crise não é só económica é, sobretudo, moral e essa não se resolve com intervenções do Estado, mas com um novo Estado ( não confundir com um Estado novo, claro ), ou, melhor dito, com uma nova forma de conceber o Estado, entendido enquanto entidade regida por um rigoroso código de ética, com sentido de serviço, sinónimo de rigor e honestidade. Enquanto assim não for, o lodaçal vai continuar a expandir-se e a conspurcar-nos a todos.
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